sábado, 16 de novembro de 2013

contos de fábulas xiv

Naquele tempo, o imperador estava cansado. O ano havia quase terminado, mas nem tanto, e durante o tempo todo muitas coisas se findaram. O imperador estava cansado. Vira impérios de oriente, atravessara mares com deuses estranhos, altos de montanhas com chás desconhecidos, voltado a seu sítio e depois novamente zarpado. Havia estado em muitos cantos do mundo, e muita coisa havia mudado. O imperador estava cansado, com o peso de um mundo nas costas e, nas mãos, grossas porções de problemas alheios. O ano estava quase terminado, mas nem tanto, e o imperador se perguntava que proveito um ano novo havia de.

Mas sempre havia. Deitado, com os olhos já metade em outro mundo, ouviu um assobio profundo que vem do sonho, que vem da chuva e que vem de longe.

Aquele ano todo havia mudado muito, e o dia que terminava era apenas um ano outro, em menos tempo, mudado tanto ao sabor do vento quanto mudavam as cobras cigarras e folhas d'árvores.


O imperador sorriu ao vento distante, que às vezes chove, e dormiu para um ano novo.

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